Desvendamos os luxos, a cultura, e a gastronomia de Chicago
A surpreendente Chicago é um dos destinos mais sofisticados e descolados dos Estados Unidos.
Skyline para a Mag Mile do Z Bar.
Chicago é uma metrópole bela e vibrante que reúne arquitetura icônica, museus e uma cena gastronômica premiada. A windy city, terra do blues e do jazz raiz do Kingston Mines ou do Green Mill, é um dos destinos mais sofisticados e descolados dos Estados Unidos. Combina história e modernidade, capítulos dos tempos da máfia de Al Capone e um toque político. Foi a cidade que projetou o ex-presidente americano Barack Obama, no tempo em que o então senador de Illinois emergiu para o mundo. No Grand Park, Obama discursou para 300 mil pessoas em novembro de 2008, como primeiro presidente americano negro, repetindo “Yes, We Can” (Sim, nós podemos).
Mais adiante, no Millenium Park, reluzem esculturas como o Cloud Gate — ou “The Bean”, de Anish Kapoor — e o palco projetado pelo arquiteto Frank Gehry.
Em Chicago, tudo é mais ou menos perto. Você pode sair da Montblanc, na Magnificent Mile, e ir andando até a “praia” do Lago Michigan para ler o Chicago Tribune sob o sol, de costas para o hotel The Drake, um Copacabana Palace de lá. Na mesma avenida, pode esbarrar na Water Tower, único monumento histórico que não foi consumido pelo fogo no Grande Incêndio de Chicago, em 1871.
O século XIX carrega outras referências históricas para a cidade dos ventos. Foi em Chicago que o ex-presidente Abraham Lincoln foi indicado candidato do Partido Republicano, em 1860. As homenagens a Lincoln se espalham pela cidade.
Chicago oferece experiências hoteleiras de alto padrão, como no The Peninsula. Localizado na 108 East Superior Street, próximo à Mag Mile, o Peninsula une a tradicional hospitalidade asiática ao charme cosmopolita de Chicago. Os hóspedes podem desfrutar de suítes amplas, vistas do skyline da metrópole, spa e gastronomia exclusiva. O café da manhã é servido em um clássico salão de pé-direito alto. Destaque para os ovos perfeitos do cardápio e para o bolo de frutas vermelhas com mel. O melhor jantar é no Shanghai Terrace, considerado um dos grandes restaurantes de culinária cantonesa dos Estados Unidos.
Um dos restaurantes do Península Chicago.
Goles do passado
No rooftop do Peninsula, o Z Bar é o ponto equidistante entre os melhores ângulos da Mag Mile e uma viagem no tempo de drinques clássicos, alguns com ingredientes como flocos de ouro comestíveis de 24 quilates. O Z lançou um projeto “Sips from the Past” (Goles do Passado) e, segundo Gabor Fodor, diretor de bebidas do hotel, o sucesso é tanto que “as garrafas já estão chegando ao fim”. Por meio de leilões, o bar adquiriu garrafas ainda lacradas de bebidas produzidas em 1950, 1960, 1970 e 1980.
Clássicos como Manhattan e Old Fashioned são preparados com as bebidas da época dos primeiros filmes de James Bond, ainda quando Sean Connery vivia o personagem de 007, que bebericava sua vodca martíni. Cheio de códigos secretos, o Z foi batizado com este nome em homenagem a Maria Zee, vice-presidente regional e diretora do The Peninsula Hotels, a profissional com mais tempo de casa: 22 anos. “Todos os detalhes foram pensados para atrair um público mais jovem”, completa Susan Ellefson, adorável diretora de marketing e comunicação do Peninsula.
Do sofá no terraço do Z, Susan aponta em direção à Michigan Avenue o edifício Palmolive, lendário prédio de 1929 onde funcionou de 1965 a 1989 a revista Playboy dos tempos áureos do fundador Hugh Hefner. “Hoje é um prédio residencial”, ela comenta. Embaixo do clássico arranha-céu, que não tem mais os letreiros luminosos de 2,7 metros da revista masculina, funciona uma loja da Louis Vuitton.
Chicago é um playground da arquitetura e da cultura, cortado pelo rio Chicago, verdíssimo no verão. É um convite à canoagem na selva de pedra. Num passeio na Chicago Riverwalk, aprende-se sobre a evolução dos arranha-céus, incluindo obras-primas de Frank Lloyd Wright e Mies van der Rohe. São lendárias as histórias dos primeiros elevadores, que custaram a conquistar a confiança de seus passageiros.
Já o Navy Pier combina entretenimento, gastronomia e vistas em diferentes ângulos do Lago Michigan. Você pode ver fogos de artifício à noite, jantando em barcos com tour de duas horas. O Choose Chicago, turismo oficial, sugere o voo panorâmico de helicóptero da Fly Heli. Testamos — e vale.
The Bean, de Anish Kapoor, no Millenium Park.
Gastronomia e arte
Chicago é uma potência gastronômica, com restaurantes que variam desde templos da alta gastronomia até clássicos imperdíveis da culinária local.
O Gibsons Bar & Steakhouse é uma instituição. Com cortes selecionados, o restaurante é o local ideal para experimentar pratos tradicionais. Nenhuma visita à cidade está completa sem que o visitante experimente a deep-dish pizza, típico estilo de pizza com crosta alta e recheio generoso. O Lou Malnati’s é um dos endereços para saboreá-la.
Para uma noite estrelada, o Alinea, comandado pelo chef Grant Achatz, oferece menus degustação inovadores. O Mama Delia, charmoso bar de tapas, é uma opção para explorar o Wicker Park, bairro que lembra o Brooklyn em Nova York. E o estrelado Esmé, dentro de um loft com fachada de tijolinhos, próximo ao Lincoln Park, é uma experiência de sabores e arte. A concepção do casal Jenner Tamaska, o chef, e Katrina Bravo faz jus à estrela Michelin.
A suíte presidencial do Península: diárias de 20 mil dólares.
Chicago abriga alguns dos museus mais importantes do mundo. O Art Institute of Chicago, por exemplo, tem uma coleção que vai de Monet a Picasso, passando por obras-primas icônicas como American Gothic, de Grant Wood. É também a residência fixa da obra-prima de Gustave Caillebotte, Rue de Paris, Temps de Pluie. O impressionista francês influenciou Monet e morreu de embolia pulmonar aos 45 anos.
Chicago combina história, inovação e prazeres múltiplos. Que dali soprem bons ventos para os Estados Unidos.