Robb Report Brasil - Best Of The Best 2020

Para Robb Report Brasil, o Best of the Best 2020 é a solidariedade. A palavra, tangível em atitudes altruístas, tem na sua origem o francês solidarité, em alusão à responsabilidade recíproca.

Para começar, uma ressalva. E uma pergunta de ordem existencial que orbitou nas decisões editoriais desta tradicional edição de Robb Report Brasil, o ranking anual Best of the Best: o que seria o melhor do melhor de 2020? No ano que precisa terminar, como escreveu o publicitário Washington Olivetto (“Já basta ‘1968, o ano que não terminou’, de Zuenir Ventura”, disse ele, em artigo na Folha de S. Paulo), o conceito Best of the Best deve ser redimensionado. Com todos os desafios impostos por uma pandemia, que ceifou um milhão de vidas em nove meses - mais de 144 mil delas no Brasil -, interrompeu atividades, confinou pessoas e desencadeou uma grave crise econômica, com impactos políticos e sociais, o mundo está à flor da pele. É preciso mudar o foco.

O espírito de um novo tempo pede esta reflexão. Para Robb Report Brasil, o Best of the Best 2020 é a solidariedade. A palavra, tangível em atitudes altruístas, tem na sua origem o francês solidarité, em alusão à responsabilidade recíproca. Para expressar a importância da postura de cooperação, criamos a categoria solidariedade para abrir o ranking do melhor do melhor em 2020,apesar da pandemia. Do melhor da quarentena no quadrante das brasilidades – luxos e inspirações que só o Brasil tem –, Caetano Veloso doou com lirismo, alma elegante e samba no pé – miudinho – a bruta flor do seu bem-querer pelo País. Foi uma experiência de luxo elementar. Um ato político. Uma aula de resistência. Ele iluminou lares brasileiros com a #livealenda, como batizou Paula Lavigne, sua mulher e empresária, idealizadora do show em casa transmitido pela Globopay no dia do aniversário de 78 anos do artista. Teve mais: o magistral e indispensável documentário “Narciso em Férias”, sobre a prisão de Caetano em 1968, também produzido por Lavigne, com seu talento de fazer acontecer.

“Aristóteles é o pai do novo normal. Porque em Aristóteles a vida é comedida”, atesta Nizan Guanaes, uma das vozes mais ouvidas na pandemia, em uma entrevista best of the best à Robb Report Brasil. Tivemos dois encontros. Um virtual, pela plataformaZoom. Nizan, estrategista das principais marcas do país, estava em Trancoso para comemorar 20 anos de casado com a consultora de moda Donata Meirelles. Na Bahia, Donata gentilmente o fotografou para RR em momentos de trabalho e de respiro em tempos de home office. Dez dias depois, Nizan foi clicado por Marcelo Navarro no belo espaço de 57 metros quadrados da N Ideias, sua consultoria estratégica, em São Paulo. Esticamos a conversa pessoalmente (e com máscaras). Lá, vi fotografias e cartas de Bill Clinton, imagens suas com Obama, retratos de seus avós, escritos de Dorival Caymmi, retratos à óleo de Jorge Amado, a mobilete que ganhou do cunhado em seu casamento, o violão que deixou no escritório para compor músicas com o parceiro PC Bernardes.

Há outras mudanças visíveis em curso. Silviane Neno viu in loco o que significa viajar hoje. Ela conta na matéria “Retornar é preciso”, como foi sua experiência de pegar um avião em São Paulo rumo a Portugal, onde passou 10 dias já na fase de flexibilização daquele país. O isolamento também produziu arte. Nesta edição, as imagens do fotógrafo Claudio Edinger no Portfólio interpretam a quarentena com a delicadeza de quem vê a solidão, olha para dentro e percebe um universo interno muito mais interessante que o externo. “Eu nunca havia pensado em fazer retratos aéreos das pessoas com drones”, conta o artista. Ele via exatamente o que a câmera registrava através da tela do seu celular, acoplado ao controle do drone. “Retratos requerem intimidade. Mas surgiu uma razão para ser assim. E o drone, que é nitidamente um elemento externo, criou a mesma intimidade necessária ao retrato, incorporando o isolamento e a solidão, que é parte de todos nós.”

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