Robb Report Brasil 12 - Dezembro de 2020

O desejo de mudar se fortalece na urgência diante da necessidade. Os cuidados com a saúde e a construção de um estilo de vida voltado para o bem-estar podem ser um relevante ponto de partida. Esta edição que fecha este difícil 2020 dedica sua capa a esta reflexão.

Nunca antes na história recente deste planeta desejamos tanto uma receita de Ano Novo. Para ganharmos um belíssimo Ano Novo da cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, como no poema de Carlos Drummond de Andrade, talvez bastasse a chegada da vacina para todos, como desejo imediato, amplo e irrestrito. Em um 2020 no limite de tantos fôlegos extenuados, renovar os votos de esperança por um mundo melhor merece esforço, compromisso e uma prática real. “Para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser”, como o poeta ensinou, por certo transformações profundas precisam acontecer. E para que aconteçam, o verbo transformar deve ser conjugado em todos os tempos e estar profundamente conectado com um chamamento individual. Quem sabe a hora de transformar, não espera acontecer. A pandemia impôs mudanças e acelerou a necessidade por um mundo mais consciente.

O desejo de mudar se fortalece na urgência diante da necessidade. Os cuidados com a saúde e a construção de um estilo de vida voltado para o bem-estar podem ser um relevante ponto de partida. Esta edição que fecha este difícil 2020 dedica sua capa a esta reflexão. Em resposta à tragédia da Covid-19 e de seus desdobramentos, é hora de transformar. Em frentes diversas, a transformação pode começar pelo olhar e a distinção do que de fato importa. Saúde, especialmente. Cuidar de si e dos outros. Respiros. Respirar, ainda que com máscaras.

Na matéria “Entre sem bater”, apontamos alguns registros de mudanças à vista, nesse sentido, em consequência da pandemia. No choque cultural e social imposto pela quarentena a quem levava uma vida mais frenética, a sugestão é entrar nesse outro estilo de vida silenciosamente, por uma questão de adaptação às novas normas de convivência. Ou, por ser inevitável, entrar nesse estilo de vida sem se (de)bater. Porque é uma necessidade, sim, mas porque traz benefícios.

Seguimos no mesmo tema nas matérias “O Preço da Felicidade” e “A Casa que Cura”, que apontam pensamentos e novidades para quem faz coro pela saúde como um tema central na vida.

Transformar vem do latim transformare, “fazer mudar de forma, de aspecto”. Nos remetemos à frase do pai da química, Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Ela é otimista quando nos deparamos com as imagens magníficas do Pantanal clicadas pelo fotógrafo João Farkas. São visões iluminadas de regiões hoje queimadas. Os registros espetaculares de Farkas, que ilustram o nosso portfólio estão em seu livro “Pantanal”, recém-lançado. Documentam o esplendor de regiões que, espera-se, venham a ser regeneradas pelo bioma, mas seguem ameaçadas. É um alerta para que não descuidemos dos tesouros ambientais que estamos perdendo.

As transformações ao longo de uma vida passeiam também pela trajetória do chef Claude Troisgros.Em nova fase, agora ao lado do filho Thomas Troisgros, Claude inaugurou em plena pandemia o Chez Claude em São Paulo e prepara o lançamento de mais três casas em 2021 na capital paulista. Na entrevista, o cozinheiro e apresentador do reality show Mestre do Sabor, da Globo, revisita sua fabulosa história, cheia de aventuras e mudanças.

Olhar para dentro pode significar também descobrir belas viagens pelo Brasil. Nesta edição, a colunista Daniela Filomeno, editora do Viagem& Gastronomia, desvenda a Amazônia e indica alguns de seus confortos na selva. Sugestões de viagens, experiências, máquinas, presentes e achados também se vê por aqui. E votos otimistas para que venham boas transformações. Que 2021 seja uma odisseia no espaço dessas novas descobertas.

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