Carolina Sansão, da Febraban: 'Dado é uma mina. Ele pode ser trabalhado, mas precisa ser seguro'

Evento reuniu especialistas em cibersegurança e crimes digitais na CASA LIDE, em São Paulo, para discutir a importância do tema no desenvolvimento dos negócios.

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LIDE Next reuniu especialistas para debater segurança cibenética nas empresas. (Foto: Fredy Uehara)

A necessidade de trabalhar a segurança cibernética de maneira preventiva e colaborativa nas empresas ganhou destaque no debate do LIDE Next, realizado nesta quinta-feira (15), na CASA LIDE, em São Paulo. O evento, realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais, reuniu empresários e autoridades  e pautou os impactos financeiros e de reputação a partir do ambiente web. 

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Renato Opice Blum, professor de direito digital e advogado especialista em crimes digitais, no LIDE Next_Segurança Cibernética. (Foto: Frdy Uehara/LIDE)

O professor de direito digital e advogado especialista em crimes digitais, Renato Opice Blum, demonstrou preocupação com o Brasil.“É possível reduzir até 45% dos prejuízos pelos ataques digitais. Afirmo que esse problema já faz parte do nosso dia a dia e precisamos melhorar a gestão”, disse, ao lembrar que o desenvolvimento econômico depende de cibersegurança. 

Segundo Opice Blum, a educação permanente, no contexto corporativo e social, é fundamental para prevenir com que as pessoas e empresas sejam vítimas de golpes. Nesta linha de pensamento, o delegado da divisão de crimes cibernéticos do DEIC, Carlos Gonçalves, reforça o alerta, lembrando que mesmo que o crime tenha ocorrido em um dispositivo pessoal, a companhia segue vulnerável.

Carlos Gonçalves_LLIDE NEXT_Fredy Uehar_LIDECarlos Gonçalves, delegado da divisão de crimes cibernéticos do DEIC, debate os riscos dos ataques digitais para empresas no LIDE Next_Segurança Cibernética. (Foto: Frdy Uehara/LIDE)

“A maioria dos golpes passa necessariamente pelo fator humano e se essa pessoa for funcionário de uma empresa, vai levar o aparelho que está sendo controlado remotamente para a companhia. A empresa está com as portas de acesso sendo vasculhadas por pessoas que aplicam golpes”, atenta. Gonçalves complementa que a criminalidade cibernética não tende a diminuir, por isso é preciso ficar atento. “Não é mais possível trocar mensagem e atender o telefone como era feito há seis meses”.

Lei como aliada

Fernando Capez_LIDE Next_Fredy Uehara_LIDEFernando Capez, presidente do PROCON (2018 e 2022), no LIDE Next_Segurança Cibernética. (Foto: Frdy Uehara/LIDE)

Como maneira de atenuar os danos, principalmente financeiros, o professor, jurista e ex-presidente do Procon em São Paulo, Fernando Capez, lembrou da importância de facilitar a denúncia de crimes digitais, principalmente após a pandemia - quando foi registrado aumento no número de ocorrências envolvendo crime digitais. 

Capez reforçou a mudança, em sua gestão de implementar o acesso eletrônico, assim como postos em delegacias em São Paulo e convênio com cidades do estado. “Nestes três anos e meio, foram 4 milhões de acesso no Procon e, somente em 2022, R$ 200 milhões em prejuízos”, contou.

Prevenção é o caminho

Rodrigo Sanchez_LIDE Next_Fredy Uehara_LIDERodrigo Sanchez, diretor de Growth da Clearsale, fala sobre prevenção de crimes cibernéticos no LIDE Next. (Foto: Frdy Uehara/LIDE)

“Um fraudador capitalizado pode fazer sempre mais”. Essa é afirmação do diretor de Growth da Clearsale, Rodrigo Sanchez. De acordo com ele, no último ano foram 31 bilhões de tentativas de ataque no mundo -  custo médio de um ataque é de R$ 6 milhões.

Para ele, é importante agir em todos os pontos, desde as soluções de prevenção, até o final para reduzir as perdas, sem esquecer de um processo colaborativo para evitar que outros sistemas e empresas sofram com esses crimes.

Carolina Sansão_LIDE Next_Fredy Uehara_LIDECarolina Sansão, diretora de inovação da FEBRABAN, durante debate no LIDE Next_Segurança Cibernética. (Foto: Frdy Uehara/LIDE)

Carolina Sansão, diretora de inovação da Febraban, disse que a troca de informações entre institucioções é fundamental para o sistema financeiro. "Hoje, vemos os ataques sendo direcionados aos fornecedores dos bancos e, por isso, há um trabalho de sensibilizar esses terceiros sobre segurança cibernética. Dado é uma mina. Ele pode ser trabalhado, mas precisa ser seguro", reforçou.