Petrobras usará descomissionamento de plataformas como modelo de destinação verde

Próxima unidade a ser descomissionada pela companhia, a P-32, será o projeto-piloto de uma política de reciclagem verde de embarcações

 

Fernando Frazão- ag brasilNos próximos cinco anos a empresa quer se tornar uma referência global nessa atividade, com foco em sustentabilidade. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Petrobras definiu um modelo verde para destinação das plataformas a serem descomissionadas. A previsão é que sejam 26 nos próximos cinco anos e a empresa quer se tornar uma referência global nessa atividade, com foco em sustentabilidade, segurança e cuidado com pessoas e meio ambiente. O descomissionamento faz parte do ciclo de vida de um sistema de produção e consiste em um conjunto de atividades associadas à interrupção definitiva das operações de uma plataforma e equipamentos associados, quando se esgotam as oportunidades de extensão ou manutenção da produção. A nova política será aplicada a partir deste ano para a destinação de todas as plataformas flutuantes próprias da Petrobras previstas para serem descomissionadas, a começar pela P-32, com produção já interrompida. A P-32 está localizada no campo de Marlim, na Bacia de Campos, que passa por um processo de revitalização, com investimentos de US$18 bilhões.

“O trabalho, desenvolvido ao longo de 2022, buscou garantir a aplicação de regras ambientais e de direitos humanos ao longo de toda cadeia de fornecedores, bem como garantir a apropriada destinação final de materiais oriundos do descomissionamento, em alinhamento às melhores práticas da indústria e aos princípios estabelecidos na Carta Internacional de Direitos Humanos da ONU, com foco na sustentabilidade e na garantia de uma destinação sustentável”, afirma a gerente executiva de Projetos de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, Mariana Cavassin Paes.

As oportunidades de melhoria identificadas ao longo dos trabalhos resultaram na adoção de uma Política de Reciclagem Verde para embarcações, que prevê:

- Implementar ações de minimização da geração de resíduos, prevenção de impactos à biodiversidade, além do reaproveitamento de equipamentos e o
fomento à economia circular;

-Só habilitar para os processos de licitação os estaleiros certificados em ISO 14001 (Environmental Management), ISO 45001 (Occupational Health and
Safety Management) e ISO 9001 (Quality Management), dotados de dique seco (dry-dock) ou terreno impermeabilizado com sistema de drenagem;

- Inventariar previamente os materiais existentes na embarcação de modo a garantir a elaboração adequada de um plano de reciclagem pelo estaleiro;

- Reciclar a frota de embarcações de forma segura, protegendo o meio ambiente e pessoas que trabalham nos estaleiros de reciclagem;

- Considerar os requisitos da European Union Ship Recycling Resolution nº 1257/2013 no caso de estaleiros internacionais e/ou, no caso dos brasileiros,
as licenças de operação e a conformidade com a legislação, regras e regulamentos de meio ambiente, segurança e saúde dos trabalhadores aplicáveis,
incluindo gerenciamento de subcontratados; e

- Atuar em conformidade com os compromissos que a Petrobras é signatária, incluindo medidas de controle à corrupção e respeito aos direitos humanos
reconhecidos internacionalmente;

Com essa política, a companhia amplia o controle sobre a reciclagem das unidades, reforçando as garantias de que a atividade ocorra alinhada às melhores práticas ASG (Ambiental, Social e Governança) da indústria mundial, com foco na geração de valor, sustentabilidade, segurança e respeito às pessoas e ao meio ambiente. O planejamento estratégico da Petrobras prevê o aporte de US$ 9,8 bilhões em atividades de descomissionamento no período 2023-27.