Mais comum em crianças, dermatite atópica também afeta adultos; veja sintomas e formas de tratar

Inflamação na pele pode aparecer em diferentes regiões do corpo e provoca intensa coceira; pacientes enfrentam preconceito.

Inflamação crônica na pele caracterizada por ressecamento e intensa coceira, a dermatite atópica é mais comum em crianças e adolescentes, mas também pode afetar adultos, com manifestações diferentes em cada faixa etária.

Nas crianças e bebês, as lesões avermelhadas costumam ser mais simétricas e espessas e aparecem no couro cabeludo, testa e região lateral, como bochechas.

Nos adolescentes, as áreas mais afetadas são as dobras do pescoço, atrás dos joelhos e dos cotovelos. Já no público adulto, a dermatite pode aparecer em qualquer região do corpo, inclusive em partes do rosto, como as pálpebras.

A condição, de origem genética, é desencadeada por múltiplos fatores. Pacientes com asma, rinite alérgica ou disfunções imunológicas estão mais suscetíveis à doença. Exposição a banhos quentes, amaciantes ou hidratantes com corantes podem agravar o problema. Estresse, suor excessivo e uso de roupas justas ou de tecidos que podem irritar a pele, como lã, também são fatores de risco.

A doença costuma vir acompanhada de feridas na pele causadas pelo ato de coçar-se. “A dermatite causa um impacto negativo na qualidade de vida. Nas crianças, a coceira impacta muito o sono. Os adolescentes sofrem com o bullying, já que as lesões estão em áreas mais evidentes, como dobras”, explica Silvia Soutto Mayor, coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD.

A entidade estima que 70% das crianças que manifestam a condição na infância não carregarão o problema para a vida adulta.

Embora a dermatite atópica seja genética, parte da população acredita, erroneamente, que ela possa ser contagiosa. A falta de informação faz com que muitos pacientes ainda sofram preconceito. O cenário levou a Sociedade Brasileira de Dermatologia a realizar uma campanha para aumentar o conhecimento da população sobre a doença.

Segundo dados de uma pesquisa feita pela entidade, 46% da população crê que uma criança com dermatite atópica não possa ter contato com outras crianças. O objetivo da campanha é reduzir o estigma e educar os pacientes sobre a identificação de sintomas, diagnóstico e a importância da busca de um especialista.

Tratamento inclui hidratação contínua e medicamentos

O tratamento da dermatite atópica pode variar de acordo com o perfil do paciente e a fase da doença. “Nunca falamos em cura para dermatite atópica, falamos em controle. Para saber como tratar da melhor forma, precisamos entender o grau em que ela está”, diz Nayara de Abreu, dermatologista pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Em períodos de crise, em que os sintomas são mais agressivos, o paciente pode ser tratado com antibióticos, corticoides ou imunossupressores. Este último é usado somente em casos muito graves, nos quais a coceira leva a lesões que deixam a pele “em carne viva” e aumentam o risco de infecção.

Quando a doença está mais controlada, a principal orientação médica é a hidratação diária da pele. “O pilar do tratamento é a hidratação. O paciente precisa de bons hidratantes para reestruturar essa barreira cutânea alterada”, destaca Abreu.

(Fonte: Agência Einstein)