Healthtech carioca vê faturamento dobrar e prevê chegar a R$ 300 milhões em 2024

Em apenas três anos, Leve Saúde conta com 40 mil vidas e um plano de negócios focado na população com mais de 45 anos.

102-leve-saude-_AC23548Ulisses Silva, CEO da Leve Saúde. (Foto: Divulgação)

Com apenas três anos de existência, a healthtech carioca Leve Saúde ocupou espaço ainda pouco explorado por operadoras convencionais no Brasil. Com foco no atendimento a pessoas com mais de 45 anos, a empresa promete serviço de qualidade, tecnológico e com valor até 30% menor.

Hoje, são 40 mil vidas atendidas na região metropolitana do Rio de Janeiro e Petrópolis e um faturamento que dobra a cada ano, com previsão de chegar a R$ 300 milhões em 2024. Para entender esse sucesso rápido, o CEO Ulisses Silva detalha o modelo de negócio e as perspectivas de expansão da Leve Saúde.

Seguindo o caminho inverso das operadoras, as healthtechs entram no mercado com o objetivo de oferecer um serviço de qualidade a custos mais baixos. O que muda de um modelo de negócio para outro?

Nossos preços refletem nossa gestão de utilização, a atenção primária à saúde e nossas parcerias estratégicas. Além disso, temos uma rede própria que realiza o atendimento primário (ambulatorial) e concentra 70% das nossas consultas. Assim, oferecemos ao público um mix de atendimento digital e presencial que garante preços mais competitivos. Para isso, unimos plataformas digitais centradas no cuidado dos beneficiários e adotamos Inteligência Artificial em todos os processos. Com essas inovações, já é possível oferecer aplicativos com agendamento digital de consultas, exames, chatbots de atendimento, entre outras facilidades.Assim, de um lado, a jornada do cliente é mais tranquila e fácil. De outro, operamos com custos que nos permitem ser mais competitivos.

Como analisam o crescimento do faturamento anualmente, com preços até 30% mais baratos que a média dos tradicionais?

A alta do nosso faturamento mostra o acerto do nosso modelo. Focamos no público 45+, gente que já trabalhou muito – seja CLT ou não – e quer contar com a segurança de um plano de saúde, independentemente do fato de estar contratado por uma empresa ou estar empreendendo. Esse é um desejo amplo dessa fatia da população. E ela quer serviços funcionais, comodidade, acessos que facilitem sua vida – o que entregamos por meio de tecnologia. Com a Atenção Primária à Saúde, oferecemos a prevenção de doenças e a promoção de hábitos saudáveis. Isso ajuda os pacientes a evitarem problemas de saúde antes que eles ocorram, eliminando a necessidade de visitas ao consultório médico, melhorando a gestão de medicamentos e evitando internações hospitalares. Tudo isso contribui para oferecermos planos mais acessíveis. 

Estamos felizes com os resultados, pois isso demonstra que estamos no caminho correto. Queremos seguir escutando o nosso cliente e levando a ele inovações que permitam a vida ser mais saudável e leve. Com isso, crescemos e apoiamos um público que muitas vezes estava desassistido. Hoje, a estimativa é que cerca de 4,3 milhões de indivíduos 45+ que vivem no Rio não tenham convênios médicos por conta dos altos preços praticados para esta faixa etária.

O que fez a Leve Saúde apostar seu negócio em pacientes com mais de 45 anos?

A maioria dos executivos da Leve Saúde têm ampla experiência no mercado de saúde. Quando começamos a sonhar com a Leve, há quatro anos, a ideia do foco no público 45+ já nos guiava. E a razão é simples. Essa é uma faixa da população calejada, experiente, capaz e muito resiliente. São pessoas que já viveram os diversos momentos da economia – com seus altos e seus baixos.

Essa fatia da população sabe que precisa de planos de saúde, seja quando a economia vai de vento em popa, seja com inflação alta ou nas crises. Ela também sabe que é importante ter essa segurança, esteja ela numa empresa, trabalhando contratada, ou empreendendo. Ao mesmo tempo, esse público está envelhecendo.

E sabe que há muito o que viver, porque essa geração pensa em saúde. Num resumo: oferecer saúde de qualidade no Brasil a preços acessíveis transforma a vida de pessoas, particularmente aquelas que têm mais de 45 anos.

A autorização da ANS para a Leve veio em julho de 2020, em meio a pandemia. Como esse período foi para a healthtech, visto que as pessoas necessitavam mais de uma assistência médica?

A pandemia num primeiro momento nos surpreendeu, como ocorreu com todo mundo. Mas foi um elemento que confirmou que estávamos no caminho correto. Nunca tanta gente ao mesmo tempo entendeu a relevância da saúde. Desde o início das nossas atividades priorizamos o cuidado básico, a prevenção e o gerenciamento de condições de saúde dos nossos clientes. Pelo nosso Pronto Atendimento Virtual já era possível se consultar, por meio de teleconsultas, com humanização e inteligência tecnológica. Tudo isso sem sair de casa! E a Leve é sobre isso: saúde é relevante, é essencial e nós podemos ajudar nossos clientes a ter acesso a isso.

Em maio, a projeção era faturar R$ 240 milhões neste ano. Agora, faltando praticamente um mês para este período, como está essa meta?

O ritmo é esse, e estamos superando novos patamares de vendas, com aporte em tecnologia e início à ampliação geográfica. Importante frisar que, considerando que nossa receita em dezembro receita será de R$ 25 milhões, seremos em 1º de janeiro, uma empresa de R$ 300 milhões de faturamento em 2024, seguindo projeção de dobrar de tamanho até dezembro/24

Para o ano que vem, a previsão é de manter o ritmo de crescimento? Há previsão de estender a atuação para além do Rio de Janeiro?

Dobramos nosso faturamento a cada ano. É claro que num primeiro momento isso era algo lógico, pois saímos de uma base zero. Mas o fato é que nossos resultados vão além das nossas melhores perspectivas e nos surpreendem positivamente de forma constante. Esperamos seguir crescendo aceleradamente e, para isso, queremos ampliar nosso escopo regional.

Hoje, nossa rede de saúde reúne 40 hospitais credenciados, 300 consultórios especializados, mais de 200 laboratórios, cerca de 110 clínicas e policlínicas e 6 unidades próprias na região metropolitana do Rio. Bastante provável que teremos novidades já no início de 2024, sempre em busca de melhora assistência e uma experiência inigualável no mercado carioca.