Otimismo com a economia brasileira recua entre as empresas de médio porte

Estudo International Business Report (IBR) avaliou a expectativa de quase 5 mil empresários de 28 nações para 2024.

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Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil. (Foto: Divulgação)

O otimismo de líderes brasileiros de empresas de médio porte com a economia para os próximos 12 meses recuou de 72%, no final do primeiro semestre do ano passado, para 60%, no final de dezembro, segundo o estudo Internacional Business Report (IBR), produzido pela Grant Thornton, uma das maiores empresas globais de auditoria, consultoria e tributos, com base nas respostas fornecidas por cerca de 5 mil empresários de 28 países.

As maiores expectativas foram registradas na Indonésia (84%), no México (81%) e na Índia (80%), seguidas pela China e pelos Emirados Árabes, ambos com 77% e pelos Estados Unidos (72%). Ainda assim a percepção dos executivos brasileiros é superior a países como Alemanha (56%), França (49%), Itália (43%), Grécia (52%), Turquia (49%), África do Sul (53%), entre outros.

Parte da queda do otimismo dos brasileiros pode ser explicada pela preocupação com a incerteza econômica como fator limitante ao crescimento dos negócios, indicador que ficou em 60% (alta de dois pontos percentuais comparado ao semestre anterior). O índice superou levemente o registrado por seus pares na América Latina (52%) e no levantamento global (57%).

Embora essa perspectiva possa ter afetado a percepção do grupo de brasileiros em relação ao aumento das receitas ao longo dos próximos 12 meses, cuja expectativa recuou para 75% (cinco pontos percentuais para baixo), o indicador, aqui, ficou bem à frente do global (59%) e, novamente, deixando para trás economias como o Canadá (50%), a China (62%) ou os Estados Unidos (55%). Já na América Latina o índice para receitas maiores ficou em 67% (queda de um ponto percentual).

Os empresários brasileiros também apostam no aumento das receitas geradas das vendas ao exterior. Para 55% deles (índice se manteve) o volume exportado será maior, assim como para 50% os preços de venda subirão, interna e externamente, ao contrário da média na América Latina, que ficou em 44% (queda de um ponto percentual).

Entre os brasileiros ouvidos, 74% (menos 4 pontos percentuais) esperam um aumento da lucratividade, índice bem superior ao da América Latina, de 61% (queda de dois pontos percentuais) e do global, de 60% (alta de um ponto percentual).

Na avaliação de 60% dos líderes brasileiros, a regulação e a burocracia podem atrapalhar os negócios, assim como os problemas da infraestrutura de transporte, forte candidata a receber investimentos em 2024. O indicador tende a impactar os custos das empresas na opinião de 39% dos entrevistados, ante 31% da América Latina e 41% no levantamento global.

Para o CEO da Grant Thornton Brasil, Daniel Maranhão, “os dados da nossa pesquisa mostram que, mesmo em meio a um cenário desafiador e repleto de incertezas e preocupações, os empresários seguem acreditando em bons faturamentos e dando sinais de expansão”.

“Mudanças regulatórias como a Reforma Tributária, bem como as situações de conflitos geopolíticos, eleições presidenciais nos Estados Unidos, entre outros, podem afetar todo o planeta e, por consequência, geram incertezas quanto ao investimento estrangeiro e a cadeia de abastecimento, com impacto no otimismo do empresariado local”, diz Maranhão.

“Mas é importante notar que, apesar dos pontos de atenção, os empresários brasileiros seguem otimistas quanto à lucratividade e à capacidade de geração de receitas, com resultados bem superiores aos países da América Latina, a diversos países desenvolvidos e à média global como um todo.”, afirma.