Maioria (81%) das empresas de semicondutores confiam no crescimento dos negócios

Receitas devem ser impulsionadas pelo setor automotivo, podendo ultrapassar US$ 250 bilhões anuais até 2040.

Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul
Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul. (Foto: Divulgação)

A maioria (81%) dos executivos líderes de empresas de semicondutores estimam que as receitas das suas empresas crescerão no próximo ano, com metade deles esperando que o crescimento seja superior a 10%, e 23% prevendo um crescimento de mais de 20%. Além disso, 64% também preveem que as receitas do setor crescerão no próximo ano, com 19% estimando uma alta superior a 10%. Essas são algumas das conclusões da 18ª edição anual da pesquisa “Perspectivas do setor global de semicondutores”, conduzida por KPMG e Global Semiconductor Alliance (GSA) com 151 executivos globais de empresas de semicondutores, a maioria delas com receitas anuais superiores a US$ 1 bilhão.

O conteúdo destacou ainda que o setor automotivo será o principal impulsionador de receitas dessas empresas no próximo ano, podendo atingir US$ 200 bilhões de dólares anuais até meados dos anos 2030, e ultrapassar US$ 250 bilhões até 2040. As comunicações sem fios, há muito tempo vistas como o mais importante vetor de receitas da indústria, ocupam o segundo lugar nas perspectivas para 2023. Internet das Coisas, Computação em Nuvem, e Inteligência Artificial estão em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente, em termos de importância.

“Os semicondutores representam o componente mais importante da economia global conectada e a base do mundo contemporâneo. Os problemas decorrentes da sua escassez causaram impactos em todo o mundo. Ainda assim, a boa notícia é que este segmento continua cada vez mais forte e capaz de fornecer produtos altamente relevantes para a sociedade avançar em telecomunicações, nuvens, serviços, plataformas, aplicações, Internet das Coisas, e aplicações eletrônicas dos automóveis”, afirma Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Outro dado é que já há uma perspectiva para a normalização no fornecimento de semicondutores, com 65% dos executivos acreditando que essa escassez diminuirá em 2023, e 15% avaliando que oferta e procura já estão em equilíbrio para a maioria dos produtos. Apenas 20% pensam que a escassez persistirá até 2024 ou mais. Considerando que a indústria de semicondutores é cíclica, a pesquisa perguntou ainda quando os respondentes pensam que o próximo excesso de oferta de semicondutores ocorrerá, com 24% dizendo que já isso já existe, e 31% que será em 2023. Outros 36% consideram que o excedente acontecerá entre 2024 e 2026, enquanto 9% acreditam que a procura continuará aumentando e que não haverá excesso nos próximos quatro anos.

“Ainda assim, a pesquisa destacou que a falta de mão de obra continua sendo uma prioridade crucial, sendo este o maior problema enfrentado pela indústria de semicondutores nos próximos três anos. O desenvolvimento e a retenção de talentos continuam sendo estratégicos, com 67% dos executivos líderes indicando que essa questão está entre as três prioridades atuais. O dado é inferior aos 77% da pesquisa anterior, contudo bem acima da flexibilidade da cadeia de fornecimento (53%) e da transformação digital (32%) deste ano”, afirma Felipe Catharino, sócio-diretor líder do segmento de Tecnologia da KPMG no Brasil.

Sobre questões geopolíticas, o impacto da nacionalização da tecnologia de semicondutores é a maior preocupação dos executivos, uma vez que tem implicações em cadeias de fornecimento, aquisição de talentos, e acesso a subsídios governamentais. A nacionalização da tecnologia de semicondutores também está empatada como o segundo maior problema enfrentado pela indústria nos próximos três anos, junto com a inflação global.