"Os próximos quinze anos serão difíceis, mesmo assim estou otimista", diz André Esteves, do BTG, em Fórum Empresarial LIDE

Governador do RS e secretários estaduais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte defendem reavaliação do pacto federativo e reforma tributária.

76310321-e755-4f70-b5a4-7db4f1692c94 André Esteves, senior partner do BTG. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Em sua participação na 21ª edição do Fórum Empresarial LIDE, o empresário André Esteves, senior partner do BTG, disse estar mais otimista com o Brasil e mais pessimista com o mundo no atual cenário econômico.

"O Brasil vem de um ciclo de seis anos de reformas, que não foram poucas, como Previdência, Banco Central independente, privatização da Eletrobras. Não é pouca coisa", disse.

Isso não significa que os próximos anos serão fáceis, disse Esteves, que prevê tempos de recessão. "Vivemos um momento de radicalização política, o mundo está hostil lá fora e os próximos quinze anos serão muito difíceis, mas mesmo assim estou otimista".

aa7e0eaf-afae-46ad-ba95-3403e25aa530Banqueiro avalia que, nesse momento, a privatização da Petrobras será difícil. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Enfrentar esse futuro, disse Esteves, não tem fórmula mágica.

"Inflação não é, nesse momento, privilégio nosso. Aqui está alta, mas é uma situação global que exige ação enérgica dos bancos centrais. Medidas, como a alta dos juros, já foram tomadas, e isso é uma boa notícia".

Ao falar sobre privatizações, André Esteves afirmou haver uma evolução da sociedade sobre o tema. "Imaginei que haveria manifestações contra a privatização da Eletrobras, mas não apareceu nem um cartazinho.  Foi um show de evolução da sociedade".

Mas o banqueiro avalia que, nesse momento, a privatização da Petrobras será difícil. "Sou totalmente a favor e acho que o fato de o tema estar sendo discutido já é um enorme avanço", afirmou.

dbee23c3-da9c-4260-b854-33b1b4273dbfGovernador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Junior. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Pacto federativo e reforma tributária

A necessidade de uma ampla reforma tributária e a reavaliação do pacto federativo foram a tônica do painel "O Papel das Lideranças Públicas na Retomada Econômica do País", realizado nesta tarde na 21ª edição do Fórum Empresarial LIDE – mais importante evento empresarial do país.

Para o governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Junior, os municípios precisam ter sua sustentação própria, com a descentralização do poder. Para isso, a reavaliação do pacto federativo é um tema que precisa ser enfrentado com rapidez.

cb4b20c8-76f3-46f6-85b7-82ad3e7ed8a0Secretário chefe da Casa Civil do Estado do Rio, Nicola Miccione. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

A sugestão foi apoiada pelos dois outros participantes do painel, o secretário chefe da Casa Civil do Estado do Rio, Nicola Miccione, e pelo secretário adjunto de tributação do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo Xavier, que acrescentaram à discussão a necessidade das reformas tributária e administrativa.

"De cada quatro reais arrecadados em impostos, só 1 real volta para os Estados e Municípios", disse Miccione. 

"Estamos vivendo o contrário daquele discurso, `menos Brasília, mas Brasil', e por isso é urgente rediscutir a distribuição da arrecadação", completou Xavier.

74044bf3-aadf-4bdd-b2d2-5caa5623de3cSecretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, Aline Torres. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Sociedade Civil e a expectativa do futuro do Brasil

Esse foi o tema do último painel do dia, que reuniu a secretária da Cultura da cidade de São Paulo, Aline Torres, e o ativista digital Antonio Lee, de 12 anos, que já se interessa por política e é um dos associados mais jovens do Livres, movimento que desenvolve lideranças políticas e projetos de impacto social.

Primeira mulher e primeira negra a ocupar a Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, Aline Torres afirmou que "meritocracia não é verdade".

"Uma criança que tem uma família estruturada e oportunidades é diferente de outra que vive na periferia, vive com a mãe trabalhadora e não conhece o pai. Eu sou uma anomalia: mulher, preta, de periferia, não sou de esquerda, sou do PSDB e eu não quero ser a exceção que comprova a regra. Eu também quero ser presidente, como o Obama, um homem negro que sabia o peso da caneta dele", afirmou.

Os sonhos de Antonio Lee são grandiosos. "Quero ser vereador, deputado estadual, federal, prefeito, presidente. Quero saber fazer de tudo", disse, aplaudido pela plateia.

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