Ana Karina Bertoni: 'A estratégia fidigital, que é a união do físico e digital, é o futuro'

Ana Karina Bortoni Dias, CEO do BMG, conta sobre sua marca na instituição e no mercado financeiro, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo em um banco no Brasil.

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Ana Karina Bortoni Dias, CEO do banco BMG. (Foto:Divulgação)

Responsável por um processo de transformação no banco BMG, Ana Karina Bortoni Dias, deixa sua marca na instituição e no setor financeiro, sendo a primeira CEO de um banco no Brasil e por colaborar com o processo de migração de um banco de nicho, focado em consignado, para um ecossistema completo, ingressando fortemente na estratégia fidigital (físico + digital).

Na conversa com a Sônia Racy, ao Show Business, a executiva, que está em processo sucessório no BMG, contou em mais detalhes sobre a expansão dos serviços da empresa, o foco em projetos ESG e as perspectivas para o mercado financeiro do país e do mundo.

Me conta um pouquinho sobre a transformação do banco BMG.

O banco BMG é um banco de 92 anos, e nos últimos 25 anos, vem sendo um precursor do empréstimo consignado. Nos últimos três anos estamos fazendo uma grande transformação de um banco de nicho, focado em empréstimo consignado, com um canal correspondente e franquias, para um banco completo. Abrimos o nosso banco digital, temos correntistas dentro do banco, e cartão mar aberto, parcerias com varejistas, envolvendo uma digitalização por trás completa.

O que você pode contar sobre o investimento em tecnologia e gente?

Temos mais de sete milhões de correntistas, algo que começou há três anos, não só com a criação do canal digital, mas também com toda digitalização do backoffice- ou seja, a forma de atuar dentro do banco, com times multifuncionais para entregas constantes. Hoje, portanto, desde a formalização de um empréstimo consignada por meio de um correspondente bancário, ou a formalização da franquia Help, também estão neste formato de transformação digital.

Qual é o destino dos bancos mais tradicionais frente a essa modernização dos acessos?

Uma estratégia fidigital, que é a união do físico e digital, é o futuro. Com o distanciamento social tivemos uma hiper digitalização e a população que não era adepta passou a ser. No entanto, o lado do encontro humano segue importante. Eu acredito nesta estratégia da tecnologia com o humano, do físico com o digial. No banco BMG temos a franquia Help com mais de 120 lojas.

Como é o planejamento para essa área help?

A franquia help é um dos pilares estratégicos de crescimento, mas tem que ser complementada com um forte canal de atendimento. Hoje temos um investimento forte na forma de atendimento do jeito que o cliente quiser, portanto, se o cliente não quer falar com humano, temos o bot que responde as principais perguntas, sem deixar de lado a possibilidade de um atendimento fácil com alguém para resolver os problemas.

Como você vê o futuro dos investimentos no mundo?

Eu vejo que o mundo está passando por um reequilíbrio. O que a gente olha no BMG é ter um planejamento muito claro, de forma bianual, ajustado por trimestre. Você tem que ter a sua visão de 10 anos, mas também um planejamento a cada dois anos e pensar em todo trimestre sobre os ajustes. O mundo está muito dinâmico, por isso tem que ter muita solidez e responsabilidade.

Vocês são muito fortes em consignado, mas estão ampliando o leque, alguma específica?

Nos temos algumas avenidas estratégicas, como o crescimento da Help. Criamos agora a BMG seguridade, que é para consolidar os negócios de seguro, temos também uma corretora, parceria com a generalli e a BMG seguros atacado, além da compra recente da BMG seguros, que estava em fase de negociação, complementando a lógica do banco neste ramo. O outro é o banco digital com produtos específicos, como o cartão de crédito, crédito pessoal, seguro embarcado no banco digital e outros produtos para se servir de forma completa.

Qual sua opinião sobre o futuro das criptomoedas?

É um assunto bastante interessante porque é uma inovação que veio para ficar, acontece que tem que ser feito com muita responsabilidade. Acredito que ainda vá se desenvolver, e com o Real digital, uma legislação já está sendo criada. Agora com a hiper digitalização, veio o Pix com adesão forte, Open Finance, e com isso novos entrantes tem novas possibilidades.

Por ser mulher, se sente tratada diferente?

No BMG não. O setor financeiro é bastante masculino, uma pena pois temos quantas mulheres talentosas por aí? Poderíamos ter uma equidade, mas vejo que está sendo cada vez mais discutido e quando falamos, isso leva a ação depois. Eu espero que aumente a equidade no setor financeiro.

Como vocês estão tratando esse assunto de diversidade?

O ESG é um tema muito forte temos um comitê do conselho focado neste tema, assim como uma gerência executiva dentro do banco com diversas atuações. Hoje nosso conselho tem três mulheres, então é um conselho bastante diverso. Funcionários já temos 50% feminino e 50% masculino. Na liderança este ainda não é o cenário, mas é uma jornada. Acredito na equidade de gênero.