"Solução para o esporte brasileiro é a criação de ligas independentes de qualquer federação", afirma Oscar Schmidt

Live do Fórum LIDE de Esporte reuniu atletas e empresários para discutir as perspectivas do setor.

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Oscar Schmidt defendeu criação de ligas independentes. (Foto: Reprodução)

O campeão pan-americano de basquete, Oscar Schmidt, defendeu maior incentivo aos atletas brasileiros durante debate na terceira live do 7º Fórum LIDE do Esporte, realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais, nesta quarta-feira (16). O evento reuniu esportistas e empresários para discutir as perspectivas e soluções do setor no país.

O velejador Lars Grael, presidente do LIDE Esporte, mediou evento com o chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, e com o diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto. A transmissão remota e interativa ocorreu em virtude da pandemia de Covid-19 e obedeceu a todas as normas de isolamento e segurança sanitária.

"Nós vivemos do milagre de aparecer pessoas boas que se destacam em suas modalidades porque não há incentivo. Isso não está certo. A solução para o esporte brasileiro é a criação de ligas independentes de qualquer federação", provocou Schmidt.

Ele criticou a falta de estrutura para renovar a gerações de atletas.

"Na minha época, era impressionante a quantidade de atletas de basquete na seleção que vinham de diferentes lugares do Brasil. Hoje não tem mais isso. Temos que ter gente com capacidade nas federações para criar projetos de incentivo, destacar alguém para achar essas pessoas enquanto ainda são novas e podem ser desenvolvidas", disse.

Para o sócio fundador da Play9 e medalhista olímpico de vôlei, Marcus Vinicius Freire, a solução para o problema está na gestão esportiva. "Tem que mexer em todos os estatutos, pois eles não deixam a profissionalização acontecer. Isso não é fácil de se fazer. Temos de começar pelo clube, pela federação, pela confederação e por fim, o comitê".

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Marcus Vinicius Freire: jovens precisam desenvolver carreira. (Foto: Reprodução)

Freire lembrou da dificuldade encontrada por jovens atletas de desenvolver carreira, profissionalizar e participar de competições. "No esporte de base, o Brasil utiliza mal os recursos e infraestrutura para treino que tem. Precisamos de uma parceria melhor entre as escolas e o Sistema S e as Forças Armadas, por exemplo".

A medalhista olímpica de pentatlo moderno, Yane Marques, defendeu a diversidade. "A gente tem uma carga cultural que aos poucos é desmistificada. Era um privilégio do homem uma carreira esportiva e as meninas não tinham nem o apoio dos pais e nem oportunidades para se desenvolver no esporte".

Como gestora pública, ela conseguiu criar mecanismos de incentivo. "Usei meus 20 anos de experiência no esporte para trazer na gestão de Recife o desenvolvimento de projetos em diversas modalidades, e programas esportivos para o envelhecer, o Esporte Participação e o Esporte Educação. Quero deixar um legado ligado ao esporte".

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Lars Grael é o presidente do LIDE Esporte. (Foto: Reprodução)

Mais debate

A primeira live do fórum, também disponível no canal da TV LIDE no YouTube ocorreu em 10 de junho e reuniu o nadador e medalhista olímpico, Gustavo Borges; o presidente do Comitê Paraolímpico internacional, Andrew Parsons; e o empresário entusiasta dos esportes, João Paulo Diniz. Os participantes debateram sobre a retomada e os investimentos do setor.

A segunda transmissão reuniu Bernardinho, empreendedor, técnico de vôlei e medalhista olímpico; Flávio Canto, judoca e fundador-presidente do Instituto Reação; e Rogério Melzi, diretor-presidente da Hospital Care para falar sobre "Esporte de base e saúde pública". O evento discutiu sobre esporte de base e saúde pública.