Silvia Braz: 'A internet é um lugar para empreender e tem espaço para todos'

Silvia Braz, comunicadora e empresária, acumula mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e é referência no mercado de luxo no Brasil.

Silvia-Braz-1500-768x512Silvia Braz, comunicadora e empresária- focada no mercado de luxo. (Foto:Divulgação)

Uma das maiores influenciadoras no mercado de luxo do Brasil, Silvia Braz, abriu parte de sua trajetória profissional a jornalista Sônia Racy, no programa Show Business. A bacharel em direito e comunicadora, é uma referência na internet, tanto para os seus mais de 1 milhão de seguidores, assim como para marcas de diferentes segmentos que a procuram para realizar parcerias comerciais que vão além do espaço online, extrapolando para campanhas publicitárias e colabs.

No seu portfólio, contabiliza trabalhos com Audi, Lancôme, Gucci, Valentino, Prada, Dior e Dolce & Gabbana. Apesar de todo glamour compartilhado em sua rede social, Silvia explica que o sucesso é fruto de 12 anos de muita persistência e espontaneidade. Confira a entrevista:

Como foi que a sua história na internet começou e chegou a essa posição atual?

Sou bacharel em direito e estagiei na Promotoria Pública, uma área do direito que sempre gostei por ter essa veia combativa. Mas desde pequena, minha mãe até brinca comigo, sempre gostei de me aparecer e falar- lembro que colocava minha família inteira em uma sala para me apresentar. Então, sempre tive esse gosto por me comunicar. Com 30 anos, no interior de Minas, já com duas filhas, criei um blog com o objetivo de falar com as pessoas. E desde esse início, se vão doze anos. Do blog, passou para o Snapchat e agora Instagram.


No começo meu conteúdo era muito voltado para a moda, hoje diversifiquei e este assunto representa hoje 45% dos meus contratos. O restante, é diverso, falo de café, aviação executiva, comercial, área de beleza, ou seja, muitos segmentos que me sinto confortável para falar com a minha audiência.


Muitas pessoas estão tentando essa profissão. Qual o diferencial para ter sucesso?

A primeira coisa é a persistência, pois as pessoas desistem muito fácil. Elas começam, sentem que não estão dando certo, não estão ganhando o dinheiro que gostariam e tendo a projeção que queriam, com isso, acabam desistindo. Outro ponto importante na internet é a espontaneidade. No entanto, quem já começa focado em ganho, acaba perdendo um pouco esta característica. Este é um ponto essencial para conseguir uma comunidade que espera saber um pouco da sua vida- o que não significa abrir tudo, mas se conectar de forma real.

Acredito que a internet é um lugar muito bom para empreender e tem espaço para todo mundo. Podemos até pensar que está saturada, mas não está. O Brasil é gigante e tem uma audiência imensa que consome redes sociais. Se você falar com propriedade e espontaneidade, e ter persistência, a chance de ter sucesso é grande.

Você acha que as pessoas se sentem mal ao ver pessoas muito felizes na internet?

A felicidade alheia não me incomoda. Eu costumo seguir e consumir pessoas que fazem comédia, com assuntos aleatórias para trazer leveza- e é isso que quando estou produzindo meu conteúdo desejo levar a minha audiência. Mas lógico que quem me segue de forma contínua sabe que muito além da minha vida profissional, que possibilita coisas incríveis, eu tenho uma vida real que me exige.

Tenho três filhas, tem dias que estou bem, outros tristes ou doente. Não deixo de falar sobre isso, mas tento expressar com uma perspectiva positiva. É importante que as pessoas me vejam como ser humano. que tem coisas boas, mas também os perrengues- que são vários.


Como é a comercialização na internet?

Eu tenho diferentes frentes comerciais e uma equipe própria que fecha os contratos. Além de ramos independentes que são as agências que conectam os influenciadores com as marcas, fazendo tanto a estratégia comercial e conteúdo.

Você escolheu moda por algum motivo?

Eu gosto de me expressar por meio da roupa, gosto de contar quem eu sou por ela. Acho interessante essa função de comunicação que a moda tem e, claro, acho uma delícia vestir uma roupa e me sentir bonita. E essa referência no assunto tenho na minha família: minha avó paterna é uma referência que usava peças sempre muito diferentes das mulheres na época. Apesar de nunca pensar em ser estilista, já assinei coleções com marcas, estando ao lado da equipe de criação.

 Você começou na moda, por que essa sua frente está diminuindo?

Isso foi acontecendo de forma natural. O mercado mudou muito. O segmento de moda foi o primeiro que entendeu o poder da internet e das influenciadoras, depois vieram outras marcas. Mas é extremamente importante ter uma curadoria é fazer isso o tempo todo das marcas que vai representar.



Você consegue definir o perfil econômico do seu público?

Eu não tenho uma pesquisa, mas consigo entender pela minha reversão de vendas com as marcas que trabalho- que muitas vezes são de luxo de moda nacional, que, inicialmente, é uma audiência com poder aquisitivo para poder comprar o que estou falando. Essa parcela compra, mas tem uma outra parcela, que me escreve, que não pode comprar, mas adapta e me vê como referência. Portanto, você não precisa ter o que a outra precisa tem, você pode se inspirar e adaptar a sua realidade.

Como você se vê nos próximos 10 anos?

Estou em um momento de planejar meus planos, mas me preocupa que para eu fazer seguir esses passos, eu preciso manter essa minha criatividade e espontaneidade. Por isso, acho que tudo que é muito planejado e engessado foge do meu modo de trabalho, que tem que ser minimamente espontaneidade. Mas posso dizer que nos próximos anos, acho natural que eu tenha uma marca própria. Já tive proposta de compra do meu Instagram, pois agora enxergam as influenciadoras como empresas, então, é natural que queriam entrar de sócio e investidores. Mas para mim não faz sentido, pois quero seguir com liberdade editorial. Por isso, reforço que nos próximos dez anos eu tenha uma marca, assim como quero seguir fazendo o que já faço, pois é algo que me dá muito prazer.