Bunge lança fintech para modernizar acesso do produtor rural ao crédito no Brasil

A plataforma, Fincrop, usa técnicas de inteligência artificial como machine learning e tecnologia digital para aprimorar processos de análise de crédito a produtores, baseada em avaliação socioambiental.

Florence Shoshany - Member - Grupo Mulheres do Brasil | LinkedInFlorence Shoshany, diretora de Finanças da Bunge. (Foto: Reprodução)

A Bunge anuncia o lançamento da Fincrop no Brasil, fintech desenvolvida para facilitar e simplificar o acesso do produtor rural ao crédito de forma segura e eficiente, usando a análise de critérios socioambientais como ponto central das avaliações de risco. 

 A Fincrop atuará na conexão entre stakeholders do agronegócio e do mercado de crédito, oferecendo dois produtos digitais principais e complementares, focados em aprimorar a avaliação do produtor rural, que contemplam um serviço de análise de risco para que revendas do ecossistema da Bunge possam gerenciar sua carteira de clientes e uma solução de crédito que facilita a conexão do mercado financeiro aos produtores de grãos. A plataforma e a oferta de produtos relacionados contarão com recursos da Bunge e do mercado de crédito e inicia suas operações com cerca de 500 milhões de dólares disponíveis para financiamento.

 A iniciativa se baseia na expertise da Bunge, que se relaciona com cerca de 12 mil produtores no Brasil e acumula mais de 20 anos de experiência em operações de barter. Também consolida a companhia como elo entre o agronegócio brasileiro e o mercado de crédito.  

 “Vislumbramos, em toda a cadeia de valor, uma forte demanda por um produto financeiro que conciliasse risco controlado com o componente ESG comprovável e verificável. Com a Fincrop, reafirmamos nosso compromisso de oferecer soluções inovadoras e eficientes para o agronegócio brasileiro, e damos mais um passo estratégico para aumentar o volume de originação em conformidade com nossos compromissos de sustentabilidade”, explica Florence Shoshany, diretora de Finanças da Bunge.

 Alinhada à estratégia da Bunge de estar cada vez mais próxima do ecossistema rural formado por produtores, revendas e cooperativas, a Fincrop opera com três pilares-foco:

 (1) Avaliação de crédito, realizada por algoritmos de inteligência artificial que utilizam machine learning para coleta de informação de múltiplas fontes, públicas e privadas, incluindo dados de inteligência de mercado da Bunge;

 (2) Verificação de práticas sustentáveis por meio da análise de dados de monitoramento e rastreamento das propriedades, incluindo imagens de satélite, e informações colhidas no campo e embarcadas em tempo real na plataforma para uma análise ainda mais detalhada;

(3) Formalização automatizada e digital de todas as etapas do processo, incluindo contratos, CPRs (cédulas de produtos rurais) e documentos relacionados.

 “O projeto é uma das múltiplas iniciativas do processo de transformação digital pelo qual nossa companhia vem passando nos últimos anos visando a modernização de processos inerentes ao setor  e o avanço da agricultura sustentável para o futuro”, destaca Braian Souto, Gerente Sênior de Global Digital Office da Bunge.  

 A fintech também tem papel importante no Programa de Agricultura Regenerativa, recentemente anunciado pela Bunge. Voltado para produtores rurais das cadeias de suprimentos da companhia, a iniciativa consiste na realização de um diagnóstico das propriedades quanto a aderência às práticas de agricultura regenerativa e na entrega de um plano de ação personalizado com indicação de práticas que podem ser implementadas e/ou melhoradas. Caso o produtor opte por executar o plano de ação recomendado, a plataforma poderá viabilizar sua conexão com ofertas diferenciadas do mercado de crédito para apoiá-los.

 “Acreditamos que o alto nível de adoção de práticas sustentáveis do produtor brasileiro seja um ativo extremamente atrativo para investidores, e nosso propósito é facilitar essa aproximação, ampliando as possibilidades existentes.  Ofereceremos uma plataforma digital para que nossos parceiros possam gerenciar suas carteiras de crédito, além de serviços de estruturação de produtos financeiros para produtores de grãos”, destaca Florence.