Quais as tendências da tecnologia para 2023?

Especialistas em tecnologia foram consultados para darem suas visões sobre o futuro.

Setores como controle de dados devem ser impactos.(Foto: Julia M Cameron/Pexels)

A análise da consultoria Gartner para 2023, em estudo publicado em dezembro do ano passado, aponta que o mercado de Tecnologia da Informação (TI) continuará crescendo. Mesmo com possibilidade de recessão econômica e aperto por parte dos governos, a demanda por TI em 2023 deve ser forte como uma resposta à turbulência econômica dos últimos anos. O estudo aposta gastos da ordem de US$ 4,6 trilhões com TI no próximo ano, o que representa um crescimento de 5,1% em relação aos gastos do ano anterior.

Especialistas em tecnologia foram consultados para darem suas visões sobre as tendências nesse volume de investimento que apontam para energias limpas e renováveis, inovações em cloud e soluções de segurança de dados como os grandes drives do setor para 2023.

Energia limpa. Breno Machado, diretor da WDC Solar, da WDC Networks, vê como prioridade ser sustentável, levando empresas a adotarem fontes de energia limpa e autossuficiência enérgica. “A energia solar se destaca nesse cenário, pois elimina a emissão de carbono e ainda reduz custos com energia em até 95%. Acredito que 2023 será um ano promissor para o segmento de energia solar, que deve crescer acima de 42%, segundo estimativa da Associação Brasileira de Energia Solar Voltaica – ABSOLAR, apoiando a inovação em vários setores produtivos, da Indústria ao Agronegócio”.

Infraestrutura e sustentabilidade. Para Wendy Pfeiffer, CIO da Nutanix, o desafio global no fornecimento de energia fará com que as empresas repensem seus modelos de infraestrutura de TI com mais consideração ao consumo de energia e emissão de carbono. “Embora reduzir a pegada de carbono e se tornar uma “green company” seja um objetivo, a nuvem é construída para velocidade e desempenho, não para economia quando se trata de custo e energia, fazendo com que empresas considerem alternativas mais eficientes e econômicas para os dados que estão transferindo para a nuvem e que podem ser tratados em outro lugar”.

Arquitetura flexível. A visão é semelhante ao de Thiago Spósito, sócio da integradora Add Value, que acredita que o período será uma excelente oportunidade para arquiteturas híbridas. “O melhor dos mundos de datacenter não é 100% on-premises, tampouco 100% cloud. O meio termo é sempre próximo ao bom senso. Hoje, segundo o Gartner, o custo local de cloud computing no Brasil é 78% maior do que nos EUA. Então, 2023 será o ano que as empresas e governos voltarão seus olhos para modelos flexíveis”.

Computação Quântica acessível. Uma das tendências tecnológicas é o aumento na facilidade de acesso à computação quântica. Para Nilton Hayashi, diretor de Business Operations da Fujitsu do Brasil, será constante o avanço no desenvolvimento de equipamentos e a criação de computadores com um número cada vez maior de qubits (ou quantum bits, que são a unidade básica de informação nos computadores quânticos) melhorando a capacidade de correção de erros e aumentando a possibilidade de produção em maior escala. “A possibilidade de acesso aos computadores quânticos por meio de serviços de nuvem aumenta, de forma bastante significativa, o potencial de adoção desta tecnologia, uma vez que facilita a experimentação e testes por usuários que não teriam condições de arcar com os custos da adoção de uma solução on-premise”.

Controle de dados. E, segundo uma pesquisa do ano passado realizada pela Quest Software, estamos produzindo mais dados do que conseguimos controlar e isso está gerando problemas. “Mais de 42% das empresas possuem dados obscuros. Ou seja, as organizações precisam investir em suas arquiteturas digitais, garantindo acesso e gerenciamento robusto de informações em toda a cadeia de valor para não dar margem para cibercrimes”, avalia Pablo Lage, country manager Brasil da marca.

 

Retenção de talentos. David Fernandéz Granado, CEO da Cipher, entende que o ecossistema da segurança dados é um universo complexo e soluções standard não são mais suficientes para proteger informações digitais. “Em um cenário cada vez mais global, dinâmico e imprevisível, o profissional dessa área precisa dominá-la para construir e inovar com serviços de ponta. Em 2023, as empresas de cibersegurança deverão investir mais em políticas de RH, reforçando estratégias de atração, qualificação e retenção de pessoas para suprir o gap de talentos”.

 

Flexibilidade em mente. Para Martha Delehanty, Chief People Officer da Commvault, a força de trabalho híbrida redefiniu como trabalhamos e a flexibilidade é crucial para manter os funcionários engajados. “O jogo mudou - não é mais sobre onde nós trabalhamos, mas como trabalhamos melhor. E agora estamos mais conectados, colaborativos e inclusivos por meio da tecnologia. Acredito que veremos as empresas continuarem a desenvolver suas necessidades de tecnologia e instalações globais para acomodar esse novo trabalho híbrido, ambiente com o qual os funcionários não apenas se acostumaram, mas parecem preferir”.