Mortes por ação policial caem após instalação de câmera corporal

Comparativo com unidades paulistas que não usaram o dispositivo sugere redução de aproximadamente 80%.



Policiais militares de São Paulo usando câmeras corporais (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A instalação de câmeras que monitoram o serviço nos uniformes de policiais militares paulistas relaciona-se a uma redução acentuada das mortes em decorrência de intervenções desses agentes da segurança pública. Na comparação com unidades que não receberam o dispositivo, um estudo preliminar constatou uma queda de aproximadamente 80% dessas ocorrências após seis meses da experiência.

Antonio César Ferrari Marcolino e Gustavo Moreira Tavares, dos programas de mestrado em administração do Insper, relataram alguns resultados da avaliação que fizeram sobre as chamadas câmeras operacionais portáteis (COP) no mais recente encontro anual da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração.

 

Gráfico de câmeras corporais

Aproveitando-se de que o programa do estado de São Paulo foi iniciado em apenas dezenove batalhões da Polícia Militar, a partir de agosto de 2020, os pesquisadores montaram uma estratégia para comparar o que aconteceu antes e depois da adoção das câmeras, tanto nos batalhões que receberam (grupo tratamento), quanto naqueles que não receberam as câmeras (grupo controle). O foco foi acompanhar as chamadas mortes decorrentes de intervenção policial.

Conforme indicado no gráfico, a média de mortes por intervenção policial teve forte redução nos batalhões que adotaram as câmeras a partir do momento da implementação. A média, que era pouco mais de uma ocorrência por mês (por batalhão), caiu para pouco menos de 0,2.

Nas unidades que não receberam as câmeras portáteis, não se verificou mudança no número das mortes em decorrência de ação policial.

LEIA O ESTUDO

Fonte: Insper Conhecimento